Éramos palmeira
2022
Folha de palmeira e tecido de algodão. aprox 170cm x 30 cm.
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“medula de medusa” é um trabalho que parte da exploração das possibilidades de configuração de uma mesma matéria, o tecido de algodão, em suas diferentes resistências e densidades.
O tecido é a base de desdobramento de todos os corpos, cada um único em sua constituição e presença. São corpos híbridos que remetem a diferentes reinos e corporeidades e estão todos suspensos por um varão de madeira. O varão como estrutura de sustentação mas também simbólica, como a agulha que atravessa o tecido, como a linha que desenha o caminho, como a vida, essência única, que atravessa e sustenta os corpos em sua multiplicidade.
Os corpos estão em linha, lado a lado, criando relações entre si, tanto estruturais e volumétricas quando simbólicas e poéticas. são leves, maleáveis e ao mesmo tempo trazem a rigidez própria da matéria.
É um trabalho que fala de processo, as possibilidades processuais do fazer e também das possibilidades de mutação e metamorfose dos corpos.
O título do trabalho é um jogo de palavras e também um cruzamento de ideias. A medula como esse cordão que atravessa o canal vertebral, essa estrutura vital que quando lesionada pode gerar paralisia.
A medusa como esse ser híbrido, mulher e serpente, um ser metamórfico que gera metamorfose, que transforma carne em pedra. esse símbolo mitológico tão fortemente associado a mulher e as diversas castrações sofridas ao longo tempo. A medusa é a fagulha de início, e o serpentear desse trabalho. Está presente em cada dobra de tecido que se dá e se transforma no percurso do fazer

